quinta-feira, 5 de março de 2009


Cheguei. Chegaste. Vinhas fatigada
E triste, e triste e fatigado eu vinha.
Tinhas a alma de sonhos povoada,
E a alma de sonhos povoada eu tinha...
E a paramos de súbito na estrada
Da vida: longos anos, presa á minha
A tua mão, a vista deslumbrada
Tive da luz que teu olhar continua.
Hoje, segues de novo... Na partida
Nem o pranto os teus olhos umedece.
Nem te comove a dor da despedida.
E eu, solitário, volto a face, e tremo
Vendo teu vulto que desaparece
Na extrema curva do caminho extremo.


Olavo Bilac







* nas minhas tarefas de literatura, encontro poemas que me agradam.

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