quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Ensaio sobre a cegueira é instigante, embora uma ficção, nos faz pensar que nada foge tanto da nossa realidade crua e nua.O livro retrata a sociedade, de um lado a ganância e corrupção e de outro o companheirismo, a lealdade; ambos lutanto pela sobrevivência.
De forma repentina um homem se descobre cego, no semáforo.È o primeiro caso, do que vai se tornar uma epidemia.Mas, essa tal cegueira é diferente da normal, as pessoas enxergam tudo branco, é como se a realidade fosse tão intensa que nos ofusca a visão de distinguir onde estamos e o que realmente estamos fazendo de nossas vidas.
O autor nos joga contra a parede, e nos faz pensar, pra quer ter olhos se não enxergamos?
Estamos acostumados as miserias humanas, a mendigos, a pessoas matando, roubando e morrendo de fome.
A cegueira, denominada como treva branca, por sua vez contagiosa atinge muitas pessoas, que são obrigadas a aprenderem viver em quarentena. Os principais personagens são, o primeiro homem cego e sua mulher; o medico o qual os atendeu,e sua mulher; um rapaizinho estrabico, uma mulher que óculos escuros e o velho da venda preta, os quais estavam presentes no consultorio do medico em que o primeiro cego foi consultar.Todos ficam na mesma ala, de um hospicio inativo, que foi usado para hospedar as pessoas atingidas.São jogados a sorte, e não podem ter contato nenhum com nada externo. Caixas de alimentos eram depositadas, mas não tardou para começar a atrasar e faltar.
Enquanto são poucos os cegos, há uma harmonia e um certo equilibrio de convivencia, mas o hospicio fica lotado e não há condição de organização.
Assassinato, estupro, roubo, ameaças tudo aconteçe entre pessoas cegas, que já eram cegas antes de perceberem. Só uma pessoa enxerga literalmente, que é a mulher do medico que mente para ficar ao lado do marido, ela é uma personagem que tem a responsabilidade de enxergar quando os demais já não mais enxergam.
È uma experiência única, enxergar o que já foi esqueçido, José Saramago nos surpreende.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

eu espero algo de mim.
estou a espera...
mas, eu sei, que aprendi a esperar tanto quanto a fazer.

domingo, 16 de agosto de 2009

acho que nunca vou terminar de escrever algo e me sentir plenamente satisfeita; seja porque sempre vou deixar de constar algo ou porque é mais agradavel ler do que pensar e por em prática.
não procuro o mais fácil, quero o dificil. mas quero ter tambem orgulho e não cansaço.
sei admirar as conquistas alheias, sei me desprezar; sou incorreta, por isso sofro, mas se mudasse me plagiaria.
estou cansada estou feliz estou tensa. eu sei estar e sei não estar, meu principal defeito é fingir que não estou, minha principal qualidade é me moderar para fingir estar. não sou fingida, sou apenas dificil de compreender, sou tão moldavel.
sou consumida pelos dias, sou consumida pela horas que voltam e giram ao contrario.
não gosto de acentuar, acento é inutil, não gosto, e não vou acentuar nada.
gosto de ponto final. horas, gosto e coloco pontos. minha vida é pausada e pensada.
gostaria de ser impulsiva, mas sou recatada. meus pontos não significam nada, mas nem tudo que não significa é marginalizado; quero meus pensamentos ruins marginalizados, não os ponho em pratica, melhor reserva-los.
meu lado bom predomina, ou eu me engano, ou eu suponho que sim. não quero nem saber, não meço mais meus sentimentos, me poupo.

sábado, 8 de agosto de 2009

A criação suaviza o que o plágio tem de grosseiro. È impossivel negar, que um amor não se copia e nem se baseia: um amor surge, um inimigo emerge. Raios me partam, quando o mundo cair, não vou ser destruida por uma provocação; por uma fatalidade, talvez.
Uma casa verde limão contruida ao lado de ruínas me inspira, massageia meu ego, sussurra coisas fréneticamente e me atordoa. Preciso de cimento, tijolo, e coragem, quero vida, quero chaminé, quero paisagem. Um quarto pink montado sobre o rio amazonas estremece meus ossos, sou clichê demais para minha imaginação, quem não quer um quarto pink esvoaçante sobre as aguas espumantes de champagne, quem não quer um pássaro falante desfiando a seda do vestido verde pendurado na vidraça enferrujada.
Minha criação não me inspira, me limita.

consolidificando

me dê adeus
não funciono na indesição
funciono as vezes por negações
eu me nego, por tantas vezes,
só saber me confundir
me dê um aperto de mão
quem sabe um dia
eu mude meu mecanismo
minha defesa inata
meus meios-termos
não me dê nada
quem sabe eu já tenha
o que eu possa ter
meu vazio opaco é minha feição
caminho rumo a um não.
teve um dia que ao meu redor tudo parou

vi uma gota caindo e outra pressionada dentro de meus olhos á cair...

não foi consolação, não foi dessa vez a conquista da constelação

mas eu vi, eu esperei, o mundo rachar

as trevas me abraçar, e me olhar de frente

com o olhar mortiço que não vem acolher, vem me angustiar

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

a tristeza me invadiu
não me avisou
estou sozinha
tenho a mim, não me basta
mas não sei usar a minha companhia
inutil
porque as coisas nunca são como agente quer?
isso
não quer dizer que não vale a pena tentar
não vou olhar pra trás.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

{porta-voz}

vazio alarmante
soterrado com brasa queimada
vituperado em morte pela vida
dignamente ameaçador
por começar a em trilhos andar sem parar
ser preparando para o fim que há de chegar
todo se possue um dia puramente repleto de sorte
extraviado e culpado
por expulsar o azar natural

domingo, 2 de agosto de 2009

Tenho medo do que sou capaz de criar. Caio em tentação e penso. Tenho medo dos meus pensamentos.
Meus sonhos são tão voláteis, eu os toco, e também acabo por destruí-los. Minha parte maléfica aponta minhas fragilidades, e me acusa de humanizar momentos; procuro dessa vez, minha defesa.
Sou eu, talvez, que acabo por me confundir; sou confusa por mim mesma, nada sou por tanta confusão. Meu receio é terminar. Não sei terminar, os começos são formidáveis [embaraçosos]. Eu sou mais uma pessoa começada, meu fim não se fundirá nesse mundo, eu não o pertenço. Afinal, se me for permitida uma nova dúvida: sou eu dona do meu fim, ou sou apenas destinada a ele?
Um dia responderei, mas não por escrito, e sim por gritos estreitos no vácuo. Não sei qual será o verdadeiro significado para quem os ouvir, mas terá minha ausência e uma poça de veneno velando a totalidade da essência que respirava em vida por mim. E sempre por onde andar, aturdido pela agudez das respostas opacas, vai olhar em torno de si e implorar para que sua alma enriqueça e se desmaterialize. Não sei quem será escolhido para o aviso, entretanto, por um átimo senti a aura da inimizade batizar quase todas minhas profanas vertigens. Em arroubo, quero sair agora do meu complacente futuro, se houver.
Estou entrando em um jardim molhado, com arvores agrestes e extrínsecas. Minha cena foi roubada. O toque sensível da solidão, pecúlio do canteiro esquerdo, invadiu minha mente e adstringiu meus desejos mais esquecidos. Existe um pouco de veneno perene em um de seus cantos fundos. Tudo o que cobre o buraco das passagens do verdejante jardim é coruscante, afanado. Minha sorte foi encontrar a saída esquálida. Saio, então, com uma flor espinhosa guardada no bolso do casaco azul, vestido sutilmente quando vi a chuva despojada caindo. Por conseqüência, esperava um dos espinhos fincarem minha pele assim como cravo minha lógica embebedada e emoliente no ato de escrever algo caótico.