terça-feira, 30 de dezembro de 2008

quase 2009

Minha felicidade é tão eximia que se camufla em meros detalhes, busca outra realidade menos morta, já não existe mais nitidez no meu plano visual, de que adianta ter boa vontade se a palavra sempre engasga na garganta e o silencio a cidade inteira escuta? Por mim lançaria um grito desumano.
Não quero fingir que não vejo a resposta voando com o tempo, a voz ativa se esconde na esquina do acaso e a seriedade transmite a nossa própria ditadura, as coisas acontecem à volta do desprezo mutuo, jamais quero enxergar já que estão perseguidas e presas, suporto apenas o que posso e o que restou foram as portas fechadas.
O ar que respiro se conforma com o abismo que nos cerca, a promeça feita e esquecida faz fronteira com a música intocável nesse labirinto desgovernado, talvez as folhas das arvores continuem caindo como se fossem jovens apáticos.
Essas medidas excluem meus recursos complementares, me implantam em um plano submerso ao teu, me atraem para assaltar e mobilizar algo tão distante a fim de trocar minha felicidade, tão barata, por uma banalidade qualquer. Minha fuga não passa de uma idéia posta no papel, porém a tinta não escapa do seu desfecho e me sinto sem espaço.


-meus desejos para 2009 continuaram ocultos?